As terras indígenas ocupam um espaço significativo no território brasileiro, representando 13% de sua extensão. Durante a abertura da COP em Belém nesta segunda-feira (11), o presidente Lula destacou que esse percentual pode ainda ser considerado pequeno. O papel dos povos originários na mitigação da crise climática foi enfatizado pelo líder brasileiro e é um eixo central dos debates do evento.
A conferência conta com a presença marcante de Joenia Wapichana, a primeira indígena a presidir a Funai. Em entrevista à Rádio Nacional, ela destacou que, por trás das florestas em pé, estão os indígenas que protegem seus territórios. A participação dos povos indígenas na COP é crucial não só para serem ouvidos, mas para serem integrados nas estratégias de conservação ambiental.
Qual a importância da participação indígena na COP?
A presença indígena na COP simboliza um esforço para integrar suas vozes nas discussões globais sobre o clima. Como Joenia destacou, os indígenas não são somente guardiões das florestas. Eles buscam financiamento direto, regularização de terra, proteção, segurança, saúde e direitos humanos. Tudo isso é crucial para manter as florestas, como as da Amazônia, em pé. A primeira indígena a presidir a Funai descreve os povos indígenas como vivendo da floresta, para a floresta e com a floresta.
Por que a homologação de terras indígenas é importante?
Joenia Wapichana revelou que, sob o governo atual, 16 terras indígenas foram homologadas. Contudo, ainda há resistência política e judicial à demarcação dessas terras. Um exemplo é a lei que prevê o marco temporal, que impede a demarcação de terras não ocupadas após 1988. Joenia argumenta que a regularização fundiária deve ser encarada como uma estratégia-chave no enfrentamento das mudanças climáticas.
Quais desafios os povos indígenas enfrentam na proteção das florestas?
Segundo Joenia, estamos em um ponto crítico no combate à crise climática. Para ela, a garantia dos direitos indígenas é fundamental para a proteção dos territórios. Os povos originários enfrentam desafios como conflitos agrários e fundiários, com muitos sendo mortos por defenderem seus territórios. Ela defende que é hora de reconhecer o papel mais amplo dos povos indígenas, que vai além da conservação da biodiversidade — trata-se da proteção de quem protege a floresta.
O alerta é claro: se não agirmos para proteger o meio ambiente e as florestas, enfrentaremos consequências graves. Com essa perspectiva, centenas de representantes indígenas do Brasil e de todo o mundo estão presentes na COP 30 em Belém, buscando garantir ações de proteção de seus direitos e preservação de seus territórios.
Com informações da Agência Brasil