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BRASIL

86% dos mortos pela polícia de 9 estados eram negros, diz estudo

Tudo que acontece nas ruas do Brasil em apenas 24 horas é alarmante: 11 pessoas perdem a vida em intervenções pela polícia, em nove estados. Com dados tão impactantes como esses, não dá para ficar indiferente. Em 2024, foram contabilizadas 4.068 mortes de

07/11/2025

07/11/2025

Tudo que acontece nas ruas do Brasil em apenas 24 horas é alarmante: 11 pessoas perdem a vida em intervenções pela polícia, em nove estados. Com dados tão impactantes como esses, não dá para ficar indiferente. Em 2024, foram contabilizadas 4.068 mortes decorrentes de ações policiais. Destas, 3.066 eram de pessoas negras. Mas esses números podem ser ainda maiores, pois em muitos casos, a cor da pele sequer foi documentada. Você está curioso para saber o que isso significa? Continue lendo, pois essa análise vai fundo no coração das questões raciais por trás desses dados.

O relatório “Pele Alvo: crônicas de dor e luta”, divulgado pela Rede de Observatórios da Segurança, lança luz sobre essa realidade dolorosa. Este levantamento detalha, através de dados de 2024, a situação em estados como Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo, e promete mudar a forma como você vê a segurança pública no Brasil.

Quem são as principais vítimas das ações policiais?

Um dado chocante e inescapável revelado pelo estudo é que 86% das vítimas das ações policiais, quando a cor é informada, são negras ou pardas. Cleifson Dias, professor de Direito Penal, resume: "Ser pobre e ser negro no Brasil significa fazer parte de um grupo populacional que é alvo preferencial." Se, até agora, a vida de algumas pessoas era invisível, esse relatório é imperativo, pois coloca um espelho frente à face do Brasil.

Qual é o impacto da violência estadual nas diferentes regiões?

Os números são especialmente perturbadores em estados como Pernambuco e Amazonas, onde mais de 90% das vítimas eram negras. No Rio de Janeiro, negros têm 4,5 vezes mais chances de serem mortos pela polícia. Na Bahia, considerada a polícia mais letal do país, negros têm seis vezes mais risco de serem mortos.

O perfil das vítimas revela algo surpreendente?

Sim, e é estarrecedor: 57% das vítimas tinham entre 18 e 29 anos, enquanto quase 300 eram adolescentes entre 12 e 17 anos de idade. Mesmo após seis anos de levantamentos, o cenário praticamente não se alterou, com uma redução de apenas 4,4% nas mortes.

O que pode ser feito para mudar esses números?

Diante de números tão trágicos, o relatório propõe um plano estratégico contra o racismo institucional, ressaltando a necessidade de melhorias como maior transparência nos dados, aperfeiçoamento da formação policial, além de programas de saúde mental para os agentes e responsabilização por abusos cometidos.

Por que a sociedade ainda investe tanto em segurança pública, mas tão pouco em educação? Cleifson Dias lembra que, na criminologia, a melhor política criminal continua sendo uma boa política social. Educação, saúde, transporte, cultura e lazer são elementos cruciais e que não podem seguir sendo negligenciados.

Essa edição do relatório vai além de números, inclui testemunhos de pessoas negras que compartilham suas experiências de violência policial, adicionando voz e rosto àqueles que muitas vezes permanecem invisíveis.

*Com produção de Luciene Cruz

4:28

Com informações da Agência Brasil

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