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BRASIL

Há 30 anos, marcha no Rio inaugurava paradas do orgulho LGBT no Brasil

No próximo domingo (23), a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, será palco da celebração dos 30 anos da primeira parada do orgulho LGBTI+ do Brasil. Comemore esse marco histórico da comunidade, que começou em 1995, rememorando as batalhas travadas e ol

17/11/2025

17/11/2025

No próximo domingo (23), a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, será palco da celebração dos 30 anos da primeira parada do orgulho LGBTI+ do Brasil. Comemore esse marco histórico da comunidade, que começou em 1995, rememorando as batalhas travadas e olhando para o futuro com o lema "30 anos fazendo história: das primeiras lutas pelo direito de existir à construção de futuros sustentáveis".

Esse marco foi iniciado pela Marcha da Cidadania em 25 de junho de 1995, após a 17ª Conferência Mundial da Associação Internacional de Gays e Lésbicas (Ilga). Quer saber como tudo começou? Vamos mergulhar nessa história!

Como a conferência Ilga transformou o movimento no Brasil?

A realização da conferência internacional da Ilga no Brasil, concretizada graças ao movimento LGBTI+ nacional, trouxe visibilidade crucial para a comunidade. Isso fomentou a articulação dos grupos e impulsionou paradas do orgulho em todo o país. Até então, muitos ativistas se focavam em conter a epidemia de HIV/Aids, mas a conferência ampliou a agenda de reivindicações.

"Não era a primeira vez que o movimento LGBTI+ se manifestava, mas esse formato dialogado e abrangente foi um marco", destaca Renan Quinalha, da Unifesp.

O que aconteceu na primeira tentativa de parada?

Há 30 anos, marcha no Rio inaugurava paradas do orgulho LGBT no Brasil
O presidente do Grupo Arco-Íris, Cláudio Nascimento. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil -

Em 1991, Adauto Belarmino formalizou a candidatura do Rio para sediar a conferência Ilga, que foi confirmada em 1993. Antes dela, uma tentativa de parada com menos de 30 pessoas em Copacabana foi o ponto de partida. Cláudio Nascimento e seu grupo renovaram a estratégia, focando no fortalecimento da autoestima e infraestrutura para eventuais mobilizações futuras.

Como a autoestima e eventos sociais afetam a participação?

Na década de 1990, o movimento LGBTI+ ganhou fôlego ao superar a epidemia de AIDS e com a reabertura democrática. Medos como agressões e preconceitos não desapareceram, mas eventos culturais e sociais ajudaram a aquecer a confiança da comunidade, criando uma base forte.

"Decidimos fazer eventos que fortaleceram o senso de identidade dos participantes", afirma Cláudio.

Cerimônias como o casamento de Cláudio e Adauto em 1994, e encontros ao ar livre, atingiram um público relevante, sinalizando o potencial de mobilização da causa.

A virada de 1995: Como foi lançada a primeira grande parada?

Há 30 anos, marcha no Rio inaugurava paradas do orgulho LGBT no Brasil
Rio de Janeiro (RJ), 14/11/2025 – Ex-presidente do Grupo Arco Íris Augusto Andrade (esquerda), Luiz Carlos Ramos (centro), Claudio Nascimento (direito) na Marcha da Cidadania de 1995, a primeira Parada LGBT do Brasil Foto: Augusto Andrade/Arquivo pessoal - Augusto Andrade/Arquivo pessoal

Presidido por Augusto Andrade, o Grupo Arco-Íris superou desafios financeiros e promoveu a primeira grande parada graças a doações e inscrições de participantes internacionais. A marcha inovou em dar visibilidade à comunidade LGBTI+, que antes ocupava apenas notas policiais.

"Usamos a consulta da ONU pelo status da Ilga para quebrar barreiras", lembra Augusto.

Qual o legado da primeira marcha?

A Conferência de 1995 trouxe debates sobre casamento homoafetivo e discriminação, temas que ainda levariam anos para serem reconhecidos legalmente no Brasil. Mas naquela época, a visão era criar um símbolo de resistência através da parada, perpetuando a discussão por anos.

"A parada se tornou a solução para manter o movimento vivo", reflete Augusto.

Como o senso de pertencimento transforma a causa?

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A ativista LGBTQIA+, Rosângela Castro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Ativistas, como Rosangela Castro, reforçaram a adesão através de trabalho em bares e boates. O sentimento de pertencimento despertado nas pessoas ali começou a mudar as percepções sobre a quantidade e a força da comunidade.

"Foi uma sensação de pertencimento e mudança", relembra Rosangela.

A partir disso, a onda de paradas se espalhou, várias inclusive influenciadas por Rosangela. Ela percebeu a importância do que fazia apenas anos à frente, mas viu neste trabalho sua razão de vida. A história do movimento LGBTI+ no Brasil é rica e repleta de histórias emocionantes e determinantes, como a de Jorge Caê Rodrigues, mostrando o quanto esses passos mudaram vidas.



Com informações da Agência Brasil

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