A voz da resistência ecoou neste sábado (22), sob os célebres Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, com a 4ª Marcha Trans & Travesti. Sob o tema “Independência não Morte”, o evento trouxe à tona a dura realidade enfrentada pelas pessoas trans e travestis no Brasil, considerado o país mais letal do mundo para esta população. A manifestação pediu pelo fim da violência sistemática e pela defesa dos direitos básicos.
Em busca de visibilidade e mudanças, a marcha chamou a atenção para o apoio às organizações sociais que, com recursos limitados, lutam para reverter o quadro de insegurança e falta de direitos enfrentado pela população trans e travesti no Brasil.
Qual é a realidade enfrentada pelas pessoas trans no Brasil?
"Os nossos corpos seguem sendo alvo da extrema-direita que nega a nossa existência, financiada com recursos bilionários em todo o mundo", denunciou Gab Van, coordenador-geral da Marcha. Com uma expectativa de vida de apenas 35 anos, segundo o Dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a população trans enfrenta desafios diários, desde a violência extrema até a exclusão social.
Quais serviços foram oferecidos durante a marcha?
No evento, além do pedido por direitos, foram oferecidos serviços essenciais à comunidade. A Defensoria Pública estabeleceu um posto para retificação de nome civil, enquanto a Secretaria estadual de Saúde, em parceria com o ambulatório trans do Hospital Universitário Pedro Ernesto, promoveu ações como teste rápido para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e emissão de ofícios de gratuidade para obtenção de documentos.
Qual foi o impacto pessoal para os participantes?
Karyn Cruz, uma transexual presente na marcha, destacou a importância desse tipo de evento: "São espaços como estes que nos proporcionam protagonismo e reafirmam nossa inserção na sociedade". Já a atriz Frida Resende, também participante, celebrou seu orgulho de ser travesti: “A marcha é fundamental para o nosso futuro. Para a gente continuar existindo. Estar na marcha é afirmar a minha liberdade”.
A luta dessas pessoas é por dignidade e vida, marcada por união e resistência, buscando um futuro onde independência não signifique risco de morte, mas sim, a plenitude de viver em harmonia e igualdade.
Com informações da Agência Brasil