Os dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) traçam um cenário preocupante: entre janeiro e outubro de 2025, São Paulo registrou 53 casos de feminicídio, ultrapassando qualquer outro ano desde 2018. Mesmo sem incluírem novembro e dezembro, esses números já representam o mais alto índice anual da capital paulista nos últimos anos.
Quando ampliamos o olhar para todo o estado de São Paulo, os números não são menos alarmantes. Foram 207 feminicídios registrados no mesmo período, marcando um aumento de 8% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 191 casos. Essa tendência ascendente preocupa e acende o alerta para a necessidade urgente de ações mais eficazes de prevenção e combate.
Por que os números de feminicídio estão aumentando em São Paulo?
Desde a tipificação do crime de feminicídio em 2015, que tornou possível contabilizar separadamente os casos associados a violência doméstica e discriminação de gênero, os números têm sido acompanhados de perto. Mas por que estamos observando esse aumento em São Paulo?
Embora existam muitos fatores em jogo, a SSP-SP enfatiza a importância de combater a violência contra a mulher por meio de diversas iniciativas. Uma delas é a "Cabine Lilás", que realizou cerca de 14 mil atendimentos, oferecendo suporte a mulheres vítimas em todo o estado.
O que está sendo feito para enfrentar a violência contra a mulher?
A SSP-SP, por meio da Cabine Lilás, expandiu sua atuação anteriormente centrada na capital, para incluir a Grande São Paulo e o interior, com unidades em cidades como Campinas e São José dos Campos. A iniciativa, única no Centro de Operações da Polícia Militar, busca oferecer um atendimento humanizado, feito por policiais femininas treinadas. Além do apoio emocional, a equipe também ajuda as vítimas com informações práticas sobre medidas protetivas e canais de denúncia.
Como funcionam as Delegacias de Defesa da Mulher e a Sala DDM 24 horas?
Felizmente, há avanços também na infraestrutura policial para lidar com tais crimes. Atualmente, São Paulo conta com 142 Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) e um aumento significativo nas salas DDM 24 horas. Esse crescimento, de 174,1%, permitiu a criação de 170 novos espaços, em plantões, onde as vítimas podem ser atendidas por delegadas via videoconferência, garantindo um contato inicial com uma profissional sensibilizada para a gravidade da situação.
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Com essas ações, espera-se que ocorram duas coisas: primeiro, que a subnotificação dos casos diminua, e segundo, que as mulheres sintam-se cada vez mais encorajadas a denunciar e buscar ajuda. Você também pode fazer parte desse movimento compartilhando informações e oferecendo apoio a quem precisar.
Com informações da Agência Brasil