No cenário comercial entre Brasil e Estados Unidos, uma questão tem chamado atenção: a possível taxação de 50% sobre o café brasileiro. O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) está movimentando esforços para que o café seja incluído na lista de exceções da tarifa imposta pelos EUA. Mas, por que essa iniciativa é tão importante?
Recentemente, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou a proposta de uma significativa taxação sobre produtos importados do Brasil, incluindo o café. Enquanto outros itens, como suco de laranja e minérios, foram poupados da lista de 700 exceções, a inclusão do café levanta preocupações econômicas e comerciais. A pergunta que não quer calar: quais serão os impactos sobre quem bebe, vende e exporta essa bebida tão apreciada?
Como a taxação pode afetar o café brasileiro nos EUA?
O Cecafé está em tratativas com a National Coffee Association (NCA), uma tentativa de sensibilizar o governo dos EUA para rever sua decisão. Segundo a entidade, tal tributação resultaria em um aumento expressivo de preços que acabaria por ser repassado aos consumidores americanos, gerando inflação. Com um elo tão significativo entre Brasil e EUA no mercado cafeeiro, as mudanças propostas poderiam desestabilizar essa relação, até então imprescindível.
"O ato implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra", avisam em comunicado Márcio Ferreira e Marcos Matos, líderes do Cecafé.
Por que o café brasileiro é tão importante para os americanos?
Não é por acaso que os esforços para incluir o café brasileiro na lista de exceções são tão intensos. Os Estados Unidos representam 16% das exportações de café do Brasil. E mais impressionante: 76% da população norte-americana consome essa bebida, com gastos anuais que ultrapassam os US$ 110 bilhões. Por isso, a economia cafeeira não é somente crucial para o Brasil, mas também para manter o abastecimento de café nos lares americanos.
O impacto nos cafés especiais: o que vem pela frente?
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) alerta que a medida da taxação não impactará apenas o mercado americano, mas também a comunidade de cafés especiais e seus produtores globalmente, principalmente no Brasil. Em termos quantitativos, os EUA são os maiores importadores de cafés especiais brasileiros, comprando cerca de 2 milhões de sacas por ano, resultando em uma receita significativa.
Para amantes de um bom café e empresários do setor, o futuro ainda está cercado de incertezas, mas as rodadas de negociação prometem ser intensas. O desfecho dará o tom para as relações comerciais futura entre os dois países.
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Com informações da Agência Brasil