A Secretaria do Tesouro dos EUA deu um importante passo ao buscar contato com o Ministério da Fazenda do Brasil para conversar sobre o impacto do tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump sobre as exportações brasileiras. Embora a data do encontro ainda não tenha sido definida, essa possibilidade de diálogo pode trazer soluções e aliviar as tensões entre os dois países.
Na última conversa, ocorrida em maio na Califórnia antes do anúncio das tarifas, o ministro Fernando Haddad expressou otimismo sobre essa nova rodada de negociações. "A assessoria do secretário Bessent fez contato conosco e vamos levar nosso ponto de vista às autoridades americanas", afirmou Haddad, destacando que há injustiças a serem corrigidas.
Quais são os produtos afetados?
Um ponto de alívio foi que cerca de 700 produtos exportados pelo Brasil não serão taxados, representando 43% do valor exportado para os EUA. No entanto, 25% das exportações minerais estão sujeitas à nova tarifa, afetando significativamente setores menores.
Como o governo brasileiro pretende mitigar os impactos?
O governo brasileiro está ciente do impacto dramático que algumas indústrias enfrentarão. Para minimizar os efeitos negativos, o ministro Haddad destacou o lançamento iminente de um plano de contingência que incluirá linhas de crédito para empresas afetadas e medidas de proteção à indústria e aos empregos.
"Há casos que são dramáticos, que deveriam ser considerados imediatamente. Nós vamos lançar parte do nosso plano de apoio e proteção à indústria e aos empregos", afirmou o ministro.
Haddad destacou ainda que é necessário oferecer suporte especial a pequenos setores que, apesar de não serem significativos nas exportações, são cruciais para a manutenção dos empregos no Brasil.
Os setores de commodities têm solução?
Setores maiores e com mercado global, principalmente de commodities, precisarão se adaptar às novas regras. "Esses setores têm mais flexibilidade, pois o Brasil conta com muitos mercados abertos, mas a adaptação exigirá tempo", explicou Haddad. Ele ressaltou que cada caso precisa ser analisado individualmente, com apoio financeiro disponível para auxiliar na transição.
Questões políticas podem influenciar as negociações?
O ministro Fernando Haddad reafirmou que discussões políticas, como a tentativa de interferência no julgamento de tentativa de golpe de Estado no STF, não devem entrar na pauta de negociações comerciais. Isso porque o Judiciário é um poder independente do Executivo. Ele defendeu a ideia de o Brasil ser uma das democracias mais amplas do mundo, ao contrário da percepção criada pela Ordem Executiva de Trump.
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Com informações da Agência Brasil