A partir de 6 de agosto, as exportações de café do Brasil para os Estados Unidos sofrerão uma taxa de 50%. Essa mudança impacta significativamente o setor cafeeiro nacional, que agora enfrenta um cenário de incerteza e busca soluções estratégicas para driblar essa situação desafiadora. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), vinculado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, revelou essa preocupação ao confirmar a nova tarifa.
Como os Estados Unidos representam o principal mercado para o café brasileiro, os produtores terão que reavaliar suas estratégias comerciais. Com essa alta taxa, o redirecionamento de volumes significativos de café para outros mercados se torna crucial. No entanto, isso requer agilidade logística e estratégias comerciais robustas para minimizar os impactos adversos na cadeia produtiva nacional.
O que está mudando nas exportações de café brasileiro para os EUA?
Atualmente, os Estados Unidos são os que mais importam o café brasileiro, consumindo aproximadamente 23% das exportações, principalmente da variedade arábica. Este tipo de café é essencial para a indústria de torrefação norte-americana. Em contrapartida, a Colômbia fornece cerca de 17% e o Vietnã 4% do total importado pelos EUA. Estas dinâmicas de mercado tornam a necessidade de adaptação ainda mais premente.
Para o Cepea, a taxação de 50% pode comprometer todo o ecossistema do café nos EUA, afetando desde torrefadoras até indústrias de bebidas e redes de varejo. Isso poderá influenciar a competitividade do café brasileiro, afetando tanto a formulação dos blends tradicionais, que são baseados nos grãos brasileiros, quanto os preços ao consumidor final.
“O Cepea avalia que a eventual entrada em vigor da tarifa tende a impactar não apenas a competitividade do café nacional, mas também os preços ao consumidor norte-americano e a formulação dos blends tradicionais, que utilizam os grãos brasileiros como base sensorial e de equilíbrio”, diz comunicado do Cepea.
Quais são as possíveis soluções para as exportações de café?
Após o anúncio da tarifa pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que oficializou a proposta com algumas exceções, como suco e polpa de laranja, combustíveis, minérios, e aviões civis, o café não entrou nessa lista privilegiada. Diante disso, o Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) está em tratativas para tentar incluir o café na lista de exceções dos produtos brasileiros que não sofrerão taxação. Esta determina está vista como crucial para preservar a competitividade do café brasileiro no mercado norte-americano.
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Neste período de incertezas, enfrentar tais desafios demandará um esforço conjunto dos produtores, órgãos setoriais e governo para encontrar soluções que garantam a continuidade da presença forte do café brasileiro nos Estados Unidos. Cabe ficar atento aos desdobramentos dessa situação que promete impactar não só a economia nacional, mas também aquele cafezinho de todos os dias do consumidor americano.
Com informações da Agência Brasil