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ECONOMIA

Tarifaço prejudica empresas e geração de empregos, diz FecomercioSP

A taxação de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos acendeu um alerta na última reunião organizada pelo Conselho de Relações Internacionais e pelo Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política, da Fecomercio-SP, trazendo preocupações sob

01/08/2025

01/08/2025

A taxação de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos acendeu um alerta na última reunião organizada pelo Conselho de Relações Internacionais e pelo Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política, da Fecomercio-SP, trazendo preocupações sobre os impactos para a economia brasileira. Na sexta-feira, dia 1º, o evento aconteceu online diretamente de São Paulo, e apontou que tal medida pode prejudicar empresas, empregos e o crescimento econômico do Brasil.

Para a Fecomércio-SP, essa decisão vai contra os fundamentos do comércio global, afetando diretamente as relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Com isso, questiona-se: como essa medida realmente impacta as relações entre os dois países? Vale dizer que, historicamente, Brasil e EUA mantêm uma longa tradição de cooperação, o que torna a situação atual um tanto quanto delicada.

“O enfraquecimento das relações comerciais entre os dois países compromete a disposição dos negócios para investir, agregar valor e ampliar a sua presença no mercado internacional, além de abalar a confiança entre duas nações, cuja relação é marcada pela longa tradição de cooperação comercial”, afirma a entidade.

Qual é o verdadeiro impacto econômico para o Brasil?

De acordo com Otaviano Canuto, economista e pesquisador no Policy Center for the New South, mesmo considerando exceções, o Brasil pode registrar uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de aproximadamente 0,9% em um ano devido à taxação. Entretanto, Canuto destaca que o impacto não será devastador, exceto para setores como carnes e frutas.

Como as empresas estão se adaptando diante desse novo cenário?

Thiago de Aragão, diretor de Estratégia da Arko Advice, observa que inúmeras empresas brasileiras estão lutando por isenções. "As negociações iniciam de fato com a lista de isenções publicada pelos EUA, onde indústrias tentam se adequar a essa realidade ou tentar a inclusão na lista de isenção", explica Aragão.

Para os setores que ficaram de fora das isenções, há ainda esperança. Caso as negociações sejam favorecidas nos próximos 30 a 45 dias, essas áreas poderão ser incluídas.

Quais são as perspectivas para o futuro das negociações?

Aragão ressalta que, mesmo com permanência de taxações, é crucial manter o ímpeto negociador. A complexidade e a estratégia de Trump em negociações não são novas e sempre têm um componente político. Isso insere pressão sobre a outra parte para forçar acordos que misturam economia com demandas políticas externas.

“Podemos identificar esse padrão em várias outras negociações. Se no Brasil é o Bolsonaro e o Supremo; no México, é o Fentanyl; no Canadá, é a questão do 51º estado; na União Europeia, é a anexação da Groenlândia; na África do Sul, é o apartheid inverso contra os africanos brancos; no Panamá, o canal do Panamá. Sempre há um gatilho político com um objetivo comercial. E esse gatilho político é voltado para gerar ansiedade.”

Como o Brasil está manobrando esse impasse?

Rubens Barbosa, do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), destaca a necessidade de separar negociações comerciais e questões político-diplomáticas. "Há uma contaminação das negociações comerciais pelas medidas políticas dos EUA, como as sanções contra Alexandre de Moraes", afirma ele. Para Barbosa, o Brasil tem se saído bem ao pressionar interlocutores americanos em defesa de seus interesses agrícolas e industriais.

Por fim, Barbosa sublinha a importância de ação do governo brasileiro para comunicar ao governo americano a independência e verdadeira situação do judiciário no Brasil, longe das influências de oposição em Washington.



Com informações da Agência Brasil

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