Nesta segunda-feira (4), a BP Energy, uma das gigantes do setor petrolífero britânico, fez um anúncio que pode impactar o cenário econômico brasileiro. A empresa encontrou um importante reservatório de petróleo na localização estratégica do pré-sal da Bacia de Santos, na costa do Rio de Janeiro. Esta descoberta, realizada no poço do bloco Bumerangue, em uma profundidade de impressionantes 5.855 metros, é celebrada como a maior feita pela companhia em 25 anos.
A confirmação do achado foi feita por Gordon Birrell, vice-presidente executivo de Produção e Operações da BP. Em suas palavras, a descoberta é "significativa" e representa um marco para a empresa. "Estamos entusiasmados em anunciar esta descoberta significativa em Bumerangue, a maior da BP em 25 anos", afirmou Birrell. Mas o que isso realmente significa para o Brasil e para o mercado de energia?
O que atrai tanto interesse no pré-sal brasileiro?
Situado a 404 km da costa do Rio de Janeiro, o poço 1-BP-13-SPS no bloco Bumerangue é quase tão distante quanto a famosa rodovia Rio-São Paulo. A BP atravessou uma coluna de hidrocarbonetos em um reservatório do pré-sal com mais de 300 km², uma extensão similar à cidade de Fortaleza. Contudo, essa riqueza vem acompanhada de desafios ambientais, com a presença de altos níveis de CO₂, um potente gás de efeito estufa.
O pré-sal brasileiro, com seus reservatórios a 5 mil a 7 mil metros de profundidade, é a principal fonte de petróleo do país, responsável por cerca de 78,8% de toda a produção nacional, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Isso explica o grande interesse da BP e de outras multinacionais no potencial energético dessa área.
Como a BP pretende explorar esta nova descoberta?
Com 100% de participação no bloco Bumerangue, a BP se comprometeu através de um contrato de partilha a entregar 5,9% do óleo excedente à União, em nome da estatal Pré-Sal Petróleo S.A. Além desse bloco, a BP está envolvida em outros oito blocos marítimos na região, preparando sua próxima campanha de exploração no bloco Tupinambá, agendada para 2026.
A presença da BP no Brasil não se limita ao petróleo. Desde 1957, atua em diversas áreas do setor energético, incluindo biocombustíveis, energia solar e a distribuição de lubrificantes da marca Castrol. A empresa também participa da Usina Termelétrica GNA II no Rio de Janeiro.
Um novo direcionamento no setor energético?
O nome BP é uma evolução de sua antiga identificação, British Petroleum, refletindo uma estratégia "Beyond Petroleum" (além do petróleo). Esta mudança simboliza a expansão da empresa para novas fontes de energia, tentando reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
No entanto, o legado histórico da BP é inevitável. Em 2010, ganhou involuntária notoriedade internacional pelo vazamento de petróleo no Golfo do México, com pesadas indenizações impostas a pescadores afetados. Resta saber como os aprendizados desse evento moldarão o futuro da BP e de suas operações no Brasil.
Com informações da Agência Brasil