Pressionada pela queda nos preços das commodities e pelo aumento das importações, a balança comercial brasileira registrou, no mês passado, o superávit mais modesto para julho em três anos. O país exportou US$ 7,075 bilhões a mais do que importou, mas, em comparação com o mesmo mês de 2024, houve uma queda de 6,3% nesse resultado positivo. Quer saber o que esse cenário econômico pode significar? Continue acompanhando.
Os dados foram divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) nesta quarta-feira (6). O superávit em julho é o menor desde 2022, quando o saldo positivo foi de US$ 5,357 bilhões.
Por que as importações aumentaram tanto?
Apesar de tanto as exportações quanto as importações terem atingido números recordes no último mês, as importações cresceram ainda mais. Em julho, o país exportou US$ 32,310 bilhões, representando um aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações, por sua vez, chegaram a US$ 25,236 bilhões, com um crescimento de 8,4%.
Ao se analisar os dados, percebe-se que a quantidade de mercadorias exportadas subiu 7,2%, enquanto os preços médios caíram 2,1%, refletindo a redução nos valores das commodities. No lado das importações, a quantidade comprada aumentou 7,9%, impulsionada pelo crescimento econômico, mesmo com uma leve queda de 0,2% nos preços médios.
Qual impacto nos setores agropecuário e industrial?
No setor agropecuário, a quantidade embarcada caiu 2%, mas o preço médio subiu 3,3%. Já a indústria de transformação viu a quantidade subir 10,3%, com uma queda de 1,6% no preço médio, reflexo da recuperação econômica da Argentina, um importante parceiro comercial do Brasil.
Na indústria extrativa, a exportação de minérios e petróleo testemunhou um aumento na quantidade de 13,1%, mas os preços médios caíram 8,1%, devido à desaceleração econômica da China e à intensificação da guerra comercial iniciada por Donald Trump.
O que está acontecendo com as principais commodities brasileiras?
Em termos de exportações agrícolas, a soja teve um crescimento tímido de 1,2% nas médias, apesar de um aumento de 9% no volume vendido. Contudo, os preços registraram uma queda de 7,1%. Enquanto isso, o café continuou em alta, com um aumento significativo de 25,4% no valor das exportações, mesmo com uma queda de 20,4% no volume embarcado, já que os preços médios subiram 57,5%.
Por outro lado, o milho enfrentou dificuldades, com suas exportações caindo 27,2% por conta do término da safra, mesmo com um pequeno aumento de 6,3% nos preços médios.
Na indústria extrativa, as exportações de petróleo subiram 8,1%, graças a um aumento de 17,6% no volume, que compensou a queda de 8% nos preços do barril. Já as exportações de minério de ferro caíram 8,8%, apesar do aumento de 4,7% no volume, devido a uma redução nos preços de 12,9%.
O que se espera para o futuro?
As últimas previsões do Mdic, divulgadas em abril, estimam que o superávit chegará a US$ 50,4 bilhões, uma queda de 32% se comparado a 2024. Essa expectativa está sujeita a revisões, principalmente devido à tarifa de 50% sobre produtos brasileiros nos Estados Unidos.
Apesar disso, as previsões do mercado financeiro são um pouco mais otimistas. Segundo o Boletim Focus, que reúne projeções de analistas do mercado, o superávit esperado para este ano é de US$ 65,25 bilhões.
Acompanhe as próximas atualizações para entender como esses números podem impactar o nosso dia a dia e o mercado internacional.
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Com informações da Agência Brasil