O Pix é estratégico e deve permanecer sob gestão pública, destacou Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), durante um evento no Rio de Janeiro voltado para o setor de criptoativos. No encontro, Galípolo reforçou que há narrativas falsas tentando minar uma das infraestruturas financeiras mais cruciais para o Brasil. Isso levanta a pergunta: por que o Pix é tão vital para o país?
Faça uma pausa e pense no impacto do Pix. Em suas palavras, o presidente do BC sinalizou que ser gerenciado pelo Banco Central traz segurança para a nação. "O Pix se revela uma infraestrutura estratégica e crítica para o país. É uma segurança para o país que ele possa ser gerenciado e administrado pelo Banco Central", afirmou. Mas quais seriam os riscos se a gestão fosse privada?
Por que a administração pública do Pix é importante?
Manter o Pix sob administração pública, segundo Galípolo, evita conflitos de interesse potenciais. Imagine as possíveis complicações se empresas privadas tivessem autoridade sobre quem entra ou sai desse sistema financeiro?
“É muito importante que o Pix permaneça e vai permanecer como uma infraestrutura pública digital que foi desenvolvida pelo Banco Central. Se a gente tivesse qualquer tipo de incumbente sendo gestor do Pix, vocês imaginam os conflitos de interesse que a gente poderia ter a cada decisão de se incluir ou retirar um novo participante do sistema?”, comentou o presidente do BC.
O Pix enfrenta fake news?
Galípolo lamentou que o Pix, um sistema de transferências instantâneas em funcionamento desde 2020, tenha caído nas teias das fake news. Ele destacou que com a complexidade das informações hoje, há um terreno fértil para debates onde "as versões podem ser muitas vezes mais interessantes do que os fatos".
O Pix e a inclusão financeira: qual a extensão desse impacto?
Além da segurança estrutural, o Pix vem impulsionando a inclusão financeira no Brasil. Ao facilitar o acesso à infraestrutura bancária, o Pix já conta com 858 milhões de chaves cadastradas, gerando 250 milhões de transações diárias em média. Isso é um sinal claro de inclusão social, mas será que ele está prejudicando os bancos ou outros meios de pagamento?
Na verdade, não. O presidente do BC esclareceu que a ferramenta não está causando mal aos bancos. Pelo contrário, transações com cartões de crédito e débito têm registrado crescimento. “Os cartões de débito, pré-pago e, em especial, os de crédito, apresentam uma taxa de crescimento maior do que antes do advento do Pix. O que elimina qualquer ideia de rivalidade ou de que um estaria canibalizando o outro”, destacou.
Para se ter uma ideia, de 2020 a 2024, o número de transações com cartões de crédito subiu 20,9%. Nos dez anos anteriores, a taxa de crescimento foi de 13,1%.
O que está acontecendo entre os EUA e o Pix?
Recentemente, o Pix entrou na mira dos Estados Unidos por práticas comerciais. O governo de Donald Trump pediu esclarecimentos ao Brasil, preocupado se o Pix estabelece barreiras ao comércio e às instituições financeiras dos EUA. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA investiga se práticas brasileiras ligadas ao comércio digital são "irracionais ou discriminatórias", alegando que isso pode prejudicar a competitividade das empresas norte-americanas de comércio e serviços de pagamento eletrônico.
Em meio a tanta complexidade, a gestão do Pix pelo Banco Central parece ser não apenas uma questão de política econômica, mas sim de manutenção de soberania e proteção da economia nacional.
Com informações da Agência Brasil