Poucas empresas brasileiras estão planejando transferir suas linhas de montagem para os Estados Unidos, como uma estratégia para mitigar os impactos das novas tarifas impostas pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros. Esta avaliação vem do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Para ele, os eventuais efeitos negativos para o mercado de trabalho no Brasil seriam mínimos.
Mesmo no pior cenário projetado, sustentado por pesquisa do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a diminuição das vagas de emprego seria de no máximo 320 mil empregos, em um universo de 48 milhões de posições.
“Convenhamos: não seria o desastre total”, disse Marinho, reforçando que essa é uma visão "caso absolutamente tudo desse errado". Essa declaração ocorreu durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao aplicar tais tarifas, busca incentivar a instalação de empresas dentro do território norte-americano, promovendo empregos e riquezas ao país.
Como os empresários estão reagindo ao tarifaço?
Durante as viagens com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Marinho ouviu de empresários que encontraram novos compradores para os produtos que inicialmente seriam exportados para os Estados Unidos. Essa estratégia de busca por compradores alternativos é crucial para mitigar prejuízos.
“O empresário tem de olhar o mercado; um mercado secundário ou outro comprador. Pode ser que o outro país não vá querer, eventualmente, pagar o mesmo preço pago pelos norte-americanos. Mas muitas vezes é preferível você ter o menor resultado do que ter um prejuízo”. explicou Marinho.
Além disso, as compras públicas deverão apoiar setores como o de produtos alimentícios, destinados a hospitais, merendas escolares e presídios.
Qual é a preocupação do governo?
O governo está dedicando uma atenção especial aos setores mais afetados pelas tarifas, principalmente aqueles que produzem primariamente para o mercado americano.
“Evidentemente alguns setores serão fortemente atingidos. Outros serão levemente atingidos ou não serão afetados porque produzem essencialmente para outros mercados ou para o mercado brasileiro”. comentou o ministro.
Questionado sobre o possível movimento de transferência de linhas de montagem para os EUA, o ministro minimizou essa possibilidade, afirmando que esse tipo de mudança seria limitada e que o impacto sobre o mercado de trabalho no Brasil seria pequeno.
“Com as medidas e iniciativas que o governo está tomando e com o diálogo com o empresariado brasileiro, daremos conta de passar esse processo. E o Brasil sairá mais forte depois desse processo”, completou Luiz Marinho.
Com informações da Agência Brasil