O que será que influenciou o aumento do consumo nos lares brasileiros em julho de 2025? De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), o consumo nos supermercados cresceu 4% em relação ao mesmo mês de 2024. Esse cenário pode parecer surpreendente, especialmente porque julho é normalmente um período de menor consumo devido às férias escolares. O que teria mudado este ano?
Vamos entender melhor o cenário atual, no qual o índice acumulado do ano até julho também subiu 2,6%, enquanto de junho para julho, o crescimento observado foi de 2,4%. Por trás desses números, estão fatores como a melhoria da renda e do mercado de trabalho, segundo a Abras. Mas e quanto ao impacto do emprego e da renda nesse aumento do consumo?
O que a recuperação econômica tem a ver com o aumento do consumo?
Os dados reportados pela Abras foram ajustados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, permitindo um olhar mais preciso sobre a tendência de consumo. É curioso notar que, embora julho seja tradicionalmente um mês de menor atividade econômica por conta das férias, este ano foi diferente. Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, a melhora na renda e a taxa de desemprego ajudaram a manter o interesse das famílias em consumir.
De fato, a taxa de desemprego caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho, o menor índice desde 2012, o que certamente colaborou para essa mudança no comportamento de consumo. Mas, como isso influenciou o Bolsa Família e sua relação com o consumo das famílias?
Menos beneficiários do Bolsa Família: o que isso significa na prática?
Um ponto interessante destacado pela pesquisa da Abras é a redução no número de recipientes do Bolsa Família. Aproximadamente 1 milhão de famílias deixaram de receber o benefício em julho, contudo, isso não provocou uma queda no consumo das famílias. Na verdade, a diminuição do recurso para R$ 13,16 bilhões, contra R$ 14,2 bilhões pagos em julho de 2024, não impediu que essas famílias mantivessem sua autonomia financeira. Mas como essas mudanças impactam no cenário alimentar?
"O menor volume de recursos destinados ao programa de transferência de renda indica que as famílias que passaram a se sustentar apenas com a renda do trabalho mantiveram a autonomia financeira e ainda fortaleceram o seu poder de compra no varejo alimentar", destacou Milan.
Movimentos dos preços: os produtos básicos subiram ou desceram?
Por outro lado, os preços dos produtos básicos também tiveram seus altos e baixos. Em julho, a cesta de 12 produtos básicos da Abras diminuiu em 0,44% comparando a junho. Os itens que mais contribuíram para essa redução foram: arroz (2,89%), feijão (2,29%), e café torrado e moído (1,01%). Será que essas quedas impulsionaram ainda mais o consumo?
Enquanto isso, observamos pequenas quedas nos preços de carne bovina, farinha de mandioca, margarina cremosa e leite longa vida. Apenas dois produtos viram seus preços subirem: açúcar refinado (0,63%) e óleo de soja (0,46%). Estes cenários, somados à melhoria do mercado de trabalho e à elevação dos índices de consumo, sugerem um fôlego renovado para a economia brasileira. Mas será que esta tendência irá se sustentar nos próximos meses?
Com informações da Agência Brasil