O cenário econômico brasileiro traz uma série de nuances no setor industrial, que continua mostrando sinais de recuperação e desafios. Nos primeiros sete meses de 2025, o faturamento da indústria brasileira registrou um aumento de 5,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme anunciado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em termos mensais, julho de 2025 viu um acréscimo de 0,4% frente a junho, mas uma queda de 1,3% quando comparado a julho de 2024. Esses números revelam um retrato dinâmico do setor, que equilibra giros positivos e questões desafiadoras.
Mas o que exatamente está acontecendo com o emprego na indústria? Entre janeiro e julho de 2025, a indústria também presenciou um crescimento de 2,3% no emprego, novamente quando se coloca lado a lado o mesmo período do ano passado. No comparativo mensal, julho trouxe uma leve alta de 0,2% em relação a junho e manteve o fôlego de julho de 2024, também com 2,3% de aumento.
Como o mercado de trabalho está impulsionando essa mudança?
A especialista em Políticas e Indústria da CNI, Larissa Nocko, explica que "o mercado de trabalho se encontra bastante aquecido, com crescimento da ocupação e um ambiente de taxas de desemprego batendo mínimas históricas". Esse cenário vem pressionando os rendimentos dos trabalhadores, influenciando diretamente as dinâmicas da economia brasileira.
Por que a utilização da capacidade instalada está em queda?
Se por um lado o faturamento e o emprego crescem, a utilização da capacidade instalada (UCI) seguiu um movimento contrário em julho de 2025, alcançando 78,2%. Isso representa um recuo de 1,6 ponto percentual comparado ao mesmo mês de 2024. Essa tendência de queda se manifesta desde abril de 2024, quando a UCI atingiu 79,7%.
De acordo com a CNI, esse declínio é bastante influenciado pela manutenção de uma política monetária restritiva. As taxas de juros elevadas têm um efeito redutor sobre o crédito e a demanda, ecoando diretamente no ritmo da atividade industrial.
Esses dados embutem tanto o potencial quanto as fragilidades de um setor que ainda busca consolidar recuperação econômica em meio a um ambiente de juros altos e mudanças no mercado de trabalho. Como essas variáveis se encontrarão nos próximos semestres é uma questão essencial para ser observada por economistas e agentes da indústria.
Com informações da Agência Brasil