Nesta segunda-feira, o Banco Central revelou, por meio do famoso Boletim Focus, uma revisão nas projeções de inflação para 2025. Segundo o relatório, espera-se que o Brasil encerre o ano com um IPCA de 4,83%, ligeiramente abaixo da previsão anterior de 4,85%. E tem mais mudanças no ar! Há apenas quatro semanas, o mercado esperava uma inflação ainda mais elevada, estimando uma taxa de 4,95% para 2025. O que será que está por trás dessas novas expectativas?
Para 2026 e 2027, as previsões também se ajustaram, com uma inflação esperada de 4,30% e 3,90%, respectivamente. Apesar do otimismo relativo, a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) ainda se mantém em 3%, com um intervalo tolerável que vai até 4,5%. A inflação projetada para 2025 está, portanto, no limite superior da meta. O que isso pode significar para a economia e suas finanças pessoais?
Por que a inflação brasileira está recuando?
Em agosto, o Brasil experimentou algo que não ocorria desde agosto de 2024: uma deflação de -0,11%. Foi um feito notável, com a conta de luz tendo um papel crucial, ao registrar um recuo de 4,21%. Isso contribuiu para uma queda no grupo habitação em 0,90%, resultando no agosto mais deflacionário desde o Plano Real, conforme divulgado pelo IBGE. Além disso, os preços dos alimentos e transportes também ajudaram a "puxar" o IPCA para baixo.
Qual é a previsão para o câmbio?
Outra expectativa que mudou foi a cotação do dólar, com uma leve diminuição para R$ 5,50, em comparação aos R$ 5,55 projetados antes. Essa é a quarta semana consecutiva de revisão das projeções cambiais e, pelo jeito, as políticas econômicas adotadas pelo governo dos Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump, estão influenciando essas expectativas. Para os anos seguintes, 2026 e 2027, o mercado projeta a manutenção do dólar em R$ 5,60.
O que esperar do PIB e da Selic?
As projeções para o crescimento econômico, mediante o Produto Interno Bruto (PIB), permaneceram estáveis, com uma expectativa de crescimento de 2,16% para 2025. Curiosamente, projeta-se uma desaceleração para 2026 com um PIB de 1,80%, antes de um leve avanço para 1,90% em 2027. Parece que o mercado está cauteloso.
Já quanto à Selic, a expectativa é de que permaneça estável, fechando 2025 em 15%. Essa taxa é um instrumento essencial na gestão da política monetária, usada pelo Copom para auxiliar no controle da inflação e no estímulo da economia. Para 2026 e 2027, o mercado prevê uma redução para 12,38% e 10,50%, respectivamente.
Essas decisões em torno da Selic são cruciais: quando aumentada, pode conter a demanda aquecida, mas também impacta negativamente na expansão econômica, tornando o crédito mais caro. Por outro lado, uma Selic mais baixa pode baratear o crédito, estimulando consumo e produção, mas exigindo cuidados com o controle inflacionário. Assim, cada reajuste traz consequências concretas para a economia como um todo.
Com informações da Agência Brasil