Você já se perguntou como as decisões econômicas afetam diretamente sua vida? Nesta quarta-feira (17), o Comitê de Política Monetária (Copom) tomou uma decisão crucial: manter a taxa Selic, nosso famoso índice de juros, em 15% ao ano. Esta decisão trouxe à tona uma mistura de reações, variando de economistas a entidades sindicais, cada um com sua visão sobre como isso impacta o cenário brasileiro. Quer saber mais sobre o que vem por aí e como isso pode afetar seu bolso? Continue a ler!
Num contexto global ainda incerto, especialmente em relação às políticas econômicas dos Estados Unidos, o Copom busca segurança. Internamente, nosso cenário está longe de ser ideal: crescimento econômico moderado e uma inflação ainda longe da meta. Mas o que isso realmente significa para você?
Por que a FecomercioSP concorda com a manutenção dos juros?
A FecomercioSP acredita firmemente que manter a Selic em 15% ao ano foi a decisão correta. Para eles, a alta inflação nos serviços, como alimentação fora do lar, que atinge cerca de 6% ao ano, ainda demanda um controle rigoroso. Segundo a entidade, essa situação indica uma demanda elevada, mesmo diante de políticas monetárias mais firmes.
A CNI questiona: mais cortes de juros são necessários?
Em um tom completamente diferente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera a decisão como "injustificada". A entidade vê a decisão do Copom como um conservadorismo excessivo, enquanto o cenário inflacionário tem sinais favoráveis e a atividade econômica esfriou consideravelmente. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, é vital que cortes na Selic comecem já na próxima reunião do Copom, em novembro. Sua preocupação? Que juros altíssimos sufocam o crescimento e inibem investimentos produtivos.
CUT e a Selic: quem realmente é prejudicado?
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) aponta que a manutenção da Selic em um "patamar elevado" prejudica você, cidadão comum, e não é eficiente contra a inflação que enfrentamos no Brasil. De acordo com a CUT, juros altos fazem do Brasil líder no ranking mundial dos juros reais, o que encarece o crédito e reduz consumo e emprego. Para a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, essa política não combate os tipos de inflação existentes em nosso país.
O debate da Força Sindical sobre os especuladores
Nas redes sociais, a Força Sindical destacou que a política monetária atual se curva aos interesses de especuladores, ignorando o impacto negativo no setor produtivo, que é quem realmente gera empregos e renda. Segundo eles, a taxa Selic a 15% estrangula a economia e o consumo, impactando negativamente as negociações salariais. A solução? Uma redução urgente nos juros para revitalizar a atividade econômica.
Qual é a visão dos economistas sobre a decisão do Copom?
Para o professor de economia do IBMEC, Gilberto Braga, embora a manutenção da Selic não tenha surpreendido, ela esteve de acordo com as expectativas do mercado. Apesar de o IPCA ter mostrado deflação em setembro, não houve razões suficientes para já iniciar um movimento de redução dos juros. Já o economista-chefe do Banco Daycoval, Rafael Cardoso, vê a decisão como cautelosa e conservadora, refletindo um reconhecimento tímido de melhorias econômicas.
Por outro lado, Pedro Rossi, professor da Unicamp, criticou a postura do Copom, destacando que os 15% de Selic prejudicam a economia, tornando o Brasil um "outlier" em termos globais. Para Rossi, uma combinação de fatores, incluindo política fiscal restritiva, só agravam a situação e comprometem a competitividade internacional.
Com informações da Agência Brasil