A evolução da receita de vendas na indústria de máquinas e equipamentos alcançou R$ 200,8 bilhões nos primeiros oito meses de 2025. Apesar desse valor impressionante, que representa um salto de 10,6% em relação ao mesmo período do ano passado, já é possível perceber um ritmo mais lento no crescimento comparado ao acumulado até julho, que era de 13,6%. Os dados vêm das apurações da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), e foram divulgados nesta quarta-feira, destacando-se como um termômetro do setor.
Com a entrada em vigor do tarifaço imposto pelos Estados Unidos, a receita do setor teve uma queda pontual de 5,6% em agosto, somando R$ 26,5 bilhões. Isso levanta preocupações sobre as futuras tendências econômicas da indústria frente ao novo cenário tarifário.
Como as vendas internas estão performando?
De janeiro a agosto, o mercado interno respondeu por uma parcela significativa das receitas no setor de máquinas e equipamentos, totalizando R$ 153,2 bilhões, um crescimento considerável de 12,7% em comparação ao ano anterior. Essa evolução demonstra a resiliência do mercado doméstico diante de desafios como a política monetária contracionista e as tensões comerciais internacionais.
Por que as exportações estão em queda?
Em contrapartida, as exportações do setor tiveram um sutil declínio de 0,1%, somando US$ 8,3 bilhões na mesma base de comparação. A Abimaq declarou que, apesar da percepção de estabilidade, algumas categorias, como máquinas agrícolas e para bens de consumo não duráveis, mostraram crescimento, principalmente para países vizinhos como Argentina, Chile e Peru. Isso reflete uma reestruturação nos destinos das exportações.
Qual o impacto regional nas exportações?
No acumulado do ano, as exportações brasileiras para a América do Norte sofreram uma queda de 9%, enquanto a Europa viu uma alta de 11,6% e a América do Sul, surpreendentemente, expandiu 17,2%. A Argentina se destacou, com um aumento expressivo de 47,2%, puxado por um salto nas exportações de máquinas para agricultura e construção civil. Esse cenário ilustra o quanto as relações comerciais regionais têm se fortalecido.
Como está a situação das exportações para os EUA?
Nos EUA, que ainda representam uma fatia significativa das exportações, contabilizando 25,9% até agosto, houve um declínio de 7,5% nas vendas. Isso resulta em grande parte de uma queda na demanda por máquinas de construção civil, que diminuiu 14,9%. Esta situação reflete as dificuldades enfrentadas devido às novas medidas tarifárias.
De onde vêm as importações?
Enquanto isso, as importações continuaram a tendência de alta, totalizando US$ 21,1 bilhões até agosto, um incremento de 9,1% em comparação a 2024. A China permanece destacada como principal origem dessas importações, respondendo por 30,6% do total, com um aumento de 12,9% nas vendas ao Brasil só em agosto. No ano, até agosto, a China manteve essa liderança, tanto em participação (31,8%) quanto em crescimento (18,0%) frente a 2024.
Com informações da Agência Brasil