A Petrobras atingiu um marco significativo: pela primeira vez, importou gás natural do renomado reservatório de Vaca Muerta, localizado na Bacia de Neuquén, na Argentina. Essa operação inédita tem como objetivo não apenas testar a viabilidade comercial e operacional do transporte de combustível, mas também ampliar a oferta de gás natural no Brasil. O gás foi transportado através de gasodutos que cruzam a Argentina até a Bolívia e, de lá, chegou ao território brasileiro.
A iniciativa foi concluída na sexta-feira, 3, e anunciada pela Petrobras na segunda-feira, 6. O volume importado, que alcançou 100 mil metros cúbicos, representa menos de 5% do total disponibilizado pela estatal ao mercado brasileiro. Trata-se de um passo inicial em um acordo entre a subsidiária da Petrobras na Argentina, a Petrobras Operaciones S.A (Posa), e a Gas Bridge Comercializadora, ligada à multinacional argentina Pluspetrol.
Qual a relevância deste marco para a Petrobras?
Conforme o contrato, a Petrobras pode importar até 2 milhões de metros cúbicos de gás natural, na modalidade interruptível. A estatal destacou que novas importações vão acontecer conforme as oportunidades comerciais se apresentarem, promovendo uma integração efetiva entre as infraestruturas do Brasil e da Argentina.
Para Angélica Laureano, diretora de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, a operação é um "marco relevante". Em declaração à imprensa, ela afirmou: "Essa solução logística e comercial abre uma nova possibilidade para importação de gás natural pelo Brasil, refletindo o compromisso da Petrobras com o aumento da oferta e com o desenvolvimento sustentável do mercado de gás natural".
Como isso impacta o aumento da oferta de gás natural no Brasil?
O teste de importação é uma estratégia para aumentar a oferta de gás natural no Brasil, respondendo a críticas sobre o preço elevado do combustível no setor industrial. De acordo com um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado em abril, o custo do gás na indústria brasileira é dez vezes maior que nos EUA e o dobro da Europa.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou os esforços para escoar mais gás do pré-sal brasileiro, visando a redução dos custos para a indústria local.
Qual é o papel da plataforma P-91 no pré-sal desta estratégia?
Recentemente, a Petrobras iniciou a contratação para construção da plataforma P-91, a 12ª destinada ao campo de Búzios no pré-sal da Bacia de Santos. Este investimento é parte de uma estratégia para consolidar Búzios como maior campo produtor de gás natural da Petrobras, e espera-se que ele amplifique a importância da região no suprimento nacional de gás.
A P-91 funcionará como um hub, recebendo e escoando gás de outras plataformas que não foram projetadas para a exportação de combustível. O gás escoado será transportado até o Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, pelo gasoduto Rota 3, reforçando a infraestrutura energética do país.
Com informações da Agência Brasil