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ECONOMIA

Cashback de impostos beneficiará mais os pobres de regiões mais ricas

Você sabia que a reforma tributária trouxe uma novidade que pode mudar a forma como os impostos afetam o seu orçamento? Trata-se do cashback de impostos, um benefício que promete devolver tributos pagos pelas pessoas mais pobres. Isso mesmo, um alívio no

07/11/2025

07/11/2025

Você sabia que a reforma tributária trouxe uma novidade que pode mudar a forma como os impostos afetam o seu orçamento? Trata-se do cashback de impostos, um benefício que promete devolver tributos pagos pelas pessoas mais pobres. Isso mesmo, um alívio no bolso onde mais importa. E dependendo da região do país em que você mora, essa mudança pode ser ainda mais significativa.

Imagine ter um incremento de até 10% na renda da sua família. Nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, essa porcentagem pode ser ainda maior, com aumentos de renda de 12%, 11% e 10,1%, respectivamente. E mesmo que Norte e Nordeste ainda tenham números menores, a reforma traz consigo a promessa de redução da desigualdade. Ficou curioso sobre como isso tudo funciona? Continue lendo e descubra se você pode se beneficiar dessa novidade.

Quem pode usufruir do cashback de impostos?

Desde a sanção da reforma tributária em janeiro de 2025, os contribuintes inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) têm a oportunidade de participar deste sistema de cashback. A ideia é que os mais pobres paguem, proporcionalmente, menos impostos que os mais ricos.

Para ficar mais claro, pense no exemplo do imposto cobrado na conta de água. Embora o valor seja igual para todos, impacta bem mais nas finanças de quem tem menos dinheiro. Com o cashback, esse dinheiro pago retorna aos mais pobres, oferecendo um alívio que famílias de maior renda não recebem. É importante lembrar que apenas aqueles com renda mensal por pessoa de até meio salário mínimo, atualmente R$ 1.518, têm direito a esse benefício.

Qual o valor do cashback que você pode receber?

A devolução é de 100% sobre a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e 20% sobre o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) em compras de bens e serviços essenciais. Exemplos são contas de água e esgoto, energia, telefonia, internet e gás de cozinha. Para outros produtos, o reembolso é de 20% do valor dos tributos CBS e IBS, que resultam da unificação de impostos como ICMS e ISS.

E quando tudo isso entra em vigor? Prepare-se, pois o cashback do CBS está previsto para 2027, enquanto o do IBS só começa em 2029. Então, já vale a pena ficar de olho nos seus gastos e começar a se planejar.

Saiba mais detalhes sobre como o cashback vai funcionar

Cashback de impostos beneficiará mais os pobres de regiões mais ricas

Botijão de gás está entre os produtos que poderá ter cashback de impostos - Marcello Casal/Agência Brasil

Como o nível de consumo afeta o cashback?

Fatores regionais influenciam quanto cada família receberá. O Norte e Nordeste do país apresentam menos renda e consumo em comparação ao Centro-Sul, por isso, recebem menos em cashback. Rafael Barros Barbosa, professor de economia aplicada, aponta outro destaque: a informalidade maior nessas regiões atrapalha o recebimento do benefício, já que o cashback é calculado só em compras formais, com nota fiscal.

Uma realidade desafiadora, mas que também representa uma oportunidade para formalização. O estudo destaca que, apesar do consumo informal ser crucial para muitos, o cashback favorece quem opta por compras em locais formais.

A reforma pode diminuir a informalidade?

A reforma tributária pode incentivar o mercado formal, obrigando empresas a se formalizarem para ter acesso a créditos tributários. Isso cria um efeito dominó, pressionando que toda a cadeia produtiva, do fornecedor ao comprador final, mantenham-se formalizados.

A expectativa é que as próprias famílias prefiram locais que emitam notas fiscais, garantindo o benefício do cashback. Trata-se de um incentivo tanto para quem vende quanto para quem compra.

Cashback de impostos beneficiará mais os pobres de regiões mais ricas

Feira na rua José Rucas, no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro - Tânia Rêgo/Agência Brasil

O cashback realmente distribui renda?

Com um retorno esperado de 10% na renda das famílias mais pobres, a ideia é justamente esse instrumento atue na distribuição de renda de forma mais justa do que isenções lineares. Ao invés de desonerar a cesta básica de todos, como propôs a reforma, o cashback direciona recursos para quem realmente precisa.

A reforma, mesmo diante de desafios, abre caminhos para tornar o sistema tributário mais justo e solidário, sem estimular migração interna apenas em busca de benefícios, já que o diferencial nos ganhos não se mostra suficientemente relevante.



Com informações da Agência Brasil

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