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EMPREGOS

Itaú é acusado de monitorar funcionários em home office

Advogada alerta para abusos na fiscalização de colaboradores remotos e destaca limites legais do monitoramento.

Emannuelly Almeida Emannuelly Almeida

10/09/2025

Emannuelly Almeida
Emannuelly Almeida

10/09/2025

Itaú é acusado de monitorar funcionários em home office

Após as recentes demissões no Itaú, o debate sobre o monitoramento de funcionários em home office voltou à tona. Especialistas apontam que, apesar de legal, a prática exige transparência, limites claros e respeito à privacidade. O caso levantou dúvidas sobre até onde as empresas podem ir ao fiscalizar colaboradores remotos.

Empresas podem vigiar funcionários em home office?

Segundo a advogada trabalhista Sandra Morais, a fiscalização de funcionários em home office é permitida, desde que esteja prevista no contrato de trabalho ou na política interna da empresa. No entanto, ela alerta que muitos colaboradores não percebem essas cláusulas ao assinarem os documentos.

"A empresa pode monitorar aspectos ligados diretamente à entrega do trabalho, como login em sistemas e tempo de conexão. Mas não pode acessar redes sociais, microfones, câmeras ou dispositivos pessoais", afirma Sandra. Ela destaca que qualquer excesso pode ser considerado abuso de poder e até assédio.

O que diz a LGPD sobre o monitoramento no trabalho remoto?

Waldo Gomes, especialista em cibersegurança, reforça que a coleta de dados deve obedecer à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). “O monitoramento só é permitido quando há garantias de proteção à privacidade. Informações sensíveis não podem ser coletadas sem justificativa”, explica.

A Constituição Federal também protege a intimidade dos trabalhadores. O artigo 5º, inciso X, determina que a vida privada deve ser respeitada, inclusive no ambiente virtual. Isso significa que o monitoramento deve se restringir ao necessário para a prestação do serviço.

Monitorar tempo online é uma métrica eficaz de produtividade?

Para Ana Beatriz Tartuce, psicóloga e consultora de RH, a simples presença online não representa produtividade. “Fatores como queda de internet e oscilações de energia podem interferir. Além disso, o tempo conectado não mede qualidade de entrega”, observa.

Ela destaca que a vigilância constante pode gerar medo e insegurança nos trabalhadores, prejudicando sua saúde mental. “Um ambiente de confiança é mais eficaz do que o controle extremo”, afirma.

A discussão sobre o limite da fiscalização no home office se intensifica diante das transformações no mundo do trabalho. Especialistas recomendam que empresas invistam em políticas claras e comunicação aberta com os colaboradores. Para continuar informado sobre temas de trabalho remoto, direitos dos trabalhadores e legislação, acompanhe nosso portal e compartilhe este conteúdo.