26° 22° | Rio de Janeiro - RJ

Dólar | 5.30

seta de subida seta de descida

Euro | 1.52

seta de subida seta de descida

Peso | 3.20

seta de subida seta de descida

lupa
lupa
lupa
Mundo

Israel matou mais jornalistas que qualquer guerra da história mundial

Desde 7 de outubro de 2023, a Força de Defesa de Israel (FDI) tem sido acusada de estar por trás de um número alarmante de mortes de jornalistas e profissionais de mídia no conflito em Gaza. De acordo com o Sindicato de Jornalistas Palestinos, foram 246 p

27/08/2025

27/08/2025

Desde 7 de outubro de 2023, a Força de Defesa de Israel (FDI) tem sido acusada de estar por trás de um número alarmante de mortes de jornalistas e profissionais de mídia no conflito em Gaza. De acordo com o Sindicato de Jornalistas Palestinos, foram 246 profissionais mortos, um número que supera tragicamente as baixas de jornalistas somadas em sete outros importantes conflitos da história mundial.

Entre os conflitos comparados estão as Primeira e Segunda Guerras Mundiais, a Guerra Civil Americana, além de guerras mais recentes como a da Síria, do Vietnã (incluindo no Camboja e no Laos), Iugoslávia e Ucrânia. Para profissionais do setor, o cenário em Gaza é consideravelmente mais hostil para jornalistas.

Jornalistas são alvo deliberado?

Uma pesquisa da Universidade de Brown, nos EUA, rotulou a guerra em Gaza como "o pior conflito de todos os tempos para repórteres". Organizações de jornalistas globais apontam que Israel, de forma deliberada, tenta bloquear a cobertura da guerra na Faixa de Gaza, acusação esta que o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, veementemente nega.

Conforme o Comitê de Proteção dos Jornalistas (CPJ), "Jornalistas palestinos estão sendo ameaçados, diretamente alvejados e assassinados pelas forças israelenses".

A imposição de restrições à entrada de jornalistas estrangeiros em Gaza sem escolta militar israelense impede uma cobertura livre e acessível ao público global, dificultando, assim, o fluxo de informação do que realmente se passa no território.

Qual é o impacto sobre a imprensa palestina?

No segundo mês de conflito, em 2023, 37 jornalistas foram mortos na Faixa de Gaza. Sherif Mansour, coordenador do CPJ, destacou: "O Exército israelense matou mais jornalistas em dez semanas do que qualquer outro Exército em um único ano".

Adicionalmente, 520 jornalistas foram feridos por balas ou mísseis israelenses, segundo o Sindicato dos Jornalistas Palestinos. Ainda há registros de 800 familiares de mídia mortos e 206 jornalistas presos.

"Ataques aéreos e com tanques destruíram 115 veículos de comunicação na Faixa de Gaza, além de fecharem cinco veículos de comunicação e destruírem 12 gráficas na Cisjordânia e Jerusalém", relata o sindicato local de jornalistas.

Israel contesta as acusações, afirmando que algumas vítimas estavam ligadas ao Hamas, o que entidades de direitos humanos e jornalistas questionam.

Casos emblemáticos: Ataques em hospitais e locais de resgate

O Hospital Nasser foi alvo de ataques aéreos repetidos, provocando indignação mundial. Em um destes ataques, 20 pessoas morreram, incluindo cinco jornalistas. Israel afirma que o hospital era utilizado pelo Hamas, justificativa que não convence a crítica internacional.

"O Chefe do Estado-Maior Geral instruiu que um inquérito seja conduzido imediatamente", declarou o porta-voz da FDI, Effie Defrin.

Entidades de direitos humanos, como a Monitor Euro-Mediterrâneo com sede em Genebra, condenam esta prática de "tiro duplo", que foca em locais de resgate e cobertura jornalística com intenção premeditada de impedir a cobertura do conflito.

Onde começa a resistência e a sobrevivência?

A dificuldade para acessar alimentos é um desafio constante para jornalistas em Gaza, exacerbado pelo bloqueio israelense. Grandes agências de notícias expressaram preocupações sobre uma potencial crise de fome, o que Israel nega, apesar das evidências em contrário.

"Nossos jornalistas estão cada vez mais incapazes de alimentar a si mesmo e suas famílias", disseram agências de notícias em declaração conjunta.

A situação é um lembrete dramático do comprometimento que jornalistas assumem ao se arriscarem para divulgar a verdade, frequentemente com grande custo pessoal. O acesso à informação e à verdade deve superar as barreiras impostas no meio de conflitos, sem que estas custem vidas desnecessariamente.



Com informações da Agência Brasil

Tags