Os olhos do mundo estão voltados para o Brasil nesta quarta-feira (2), quando o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados - entre generais e políticos - enfrentam um julgamento sem precedentes. É a primeira vez que autoridades brasileiras são julgadas por uma tentativa de golpe de Estado, um acontecimento que está chamando a atenção dos principais veículos de comunicação ocidentais.
De acordo com a Agência Brasil, este processo inédito vem despertando grande cobertura em jornais internacionais, como o The Washington Post, The New York Times e The Guardian. Estes destacam não apenas o simbolismo do julgamento, mas também a pressão externa vinda do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que teria tentado influenciar os resultados.
Como os jornais dos EUA veem o julgamento de Bolsonaro?
É interessante notar como a imprensa dos Estados Unidos está lidando com o julgamento. O The Washington Post traçou um paralelo intrigante entre o Brasil e o autoritarismo de seu passado, destacando que, apesar de inúmeras tentativas de golpe, ninguém havia sido levado à Justiça por tais ações. O periódico afirma que "o espectro do autoritarismo paira sobre o Brasil" e lembra o papel de Trump nesta cena.
O The New York Times também faz um exame meticuloso do caso, com a jornalista Ana Ionova analisando horas de depoimentos. Segundo o NYT, este é um "teste crucial" para a democracia brasileira, com muitos analistas confiantes no veredito de culpabilidade de Bolsonaro.
O que a Europa pensa sobre o julgamento?
Na Europa, o The Guardian britânico destacou o fato de que, pela primeira vez, figuras tão poderosas enfrentam a Justiça no Brasil por tentarem derrubar a democracia. O jornal também destacou as consequências das pressões de Trump no relacionamento EUA-Brasil.
O Le Figaro francês, em aliança com a AFP, lembrou que o julgamento ocorre em meio a tensões diplomáticas com os EUA. Já o espanhol El País chamou o processo de "um julgamento histórico por intenção de golpe de Estado".
A revista britânica The Economist apresentou o Brasil como um exemplo de maturidade democrática. Na capa de sua edição, ilustra Bolsonaro com referências provocativas, destacando como o país está dando uma aula de democracia ao mundo.
O que resta claro é que este não é apenas um julgamento sobre Bolsonaro e seus aliados, mas um ponto de inflexão na história do Brasil, que está sob escrutínio global para provar sua resiliência democrática.
Com informações da Agência Brasil