Imagine um cenário onde os países da América Latina e do Caribe se unem em prol de sua soberania, elevando suas vozes no palco mundial. Foi exatamente essa a mensagem transmitida pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, nesta segunda-feira (22). Durante um discurso impactante na Reunião de Chanceleres da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, em Nova York, Vieira destacou a necessidade urgente de colaboração entre esses países para garantir que suas nações sejam respeitadas e sua autonomia, salvaguardada.
Nesta cúpula, que faz parte da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, Vieira foi enfático: "Não podemos admitir intervenções externas, sob nenhum pretexto". Ele defendeu a formação de um grupo de trabalho para dar um sentido estratégico aos encontros e negociações da Celac com parceiros internacionais, fortalecendo a voz da região em um mundo cada vez mais interconectado.
Por que é urgente a união dos países latino-americanos e caribenhos?
No discurso, o ministro Vieira ressaltou que a região ainda enfrenta desafios históricos, tal como as intromissões externas que remontam a siglos passados. Há uma preocupação crescente quanto à presença militar de nações de fora da região, como as movimentações dos Estados Unidos no Caribe, que foram motivo de um documento de manifesto "profunda preocupação" assinado por diversos países do grupo recentemente.
Como a Celac pode proteger a soberania regional?
Para Vieira, a solução está na fortalecimento da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). Esta organização, formada em 2010, oferece um espaço vital para o diálogo entre os 33 países membros, promovendo a cooperação em áreas essenciais como o desenvolvimento social, infraestrutura e integração econômica. "A agenda externa da Celac ganha importância singular no contexto global atual", afirmou o ministro, defendendo que essa união projeta a região no multilateralismo.
Quais são os próximos passos para solidificar esta união?
Um dos pilares dessa cooperação proposta é a criação de grupos de trabalho internacionais, que podem garantir que as relações e diálogos com outras regiões sejam não apenas mantidos, mas imbuidos de um sentido estratégico e benéfico para todos os envolvidos. Além disso, Vieira sugeriu que a próxima liderança da ONU, a ser eleita em 2026, deva representar as nações latino-americanas e caribenhas, simbolizando um movimento rumo a um sistema internacional mais justo e inclusivo.
No horizonte, a expectativa é que a Celac, juntamente com parcerias contínuas com outros países de dentro e fora da região, como os da América do Norte, Europa e Ásia, possibilite avanços significativos em desafios comuns, como erradicação da fome, a redução da pobreza e a promoção do desenvolvimento sustentável.
Assim, a mensagem do ministro Vieira não apenas ressoou como um chamado à ação coletiva, mas também como um passo afirmativo na direção de um futuro onde a soberania e as vozes dos países latino-americanos e caribenhos sejam não apenas ouvidas, mas respeitadas.
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Com informações da Agência Brasil