Em Nova York, durante a 2ª edição do evento Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta contundente e urgente sobre o futuro da democracia no cenário global. Em meio à presença de lideranças de cerca de 30 países, Lula destacou a democracia como a protagonista essencial para a reconstrução de uma relação harmoniosa entre os Estados e entre os próprios seres humanos. Para ele, esse sistema político é a única via capaz de revitalizar o multilateralismo e assegurar a civilidade entre as nações contemporâneas.
"Somente a democracia será capaz de reconstruir o multilateralismo e a harmonia entre os seres humanos e a civilidade na relação entre os Estados", enfatizou Lula, apontando para os desafios globais e estimulando uma reflexão coletiva sobre essas questões fundamentais.
O que está por trás da iniciativa internacional liderada pelo Brasil?
Além do Brasil, essa iniciativa é encabeçada também por figuras proeminentes como o presidente do Chile, Gabriel Boric, e o presidente da Espanha, Pedro Sánchez. A proposta busca fomentar uma diplomacia proativa, visando enfrentar a deterioração das instituições democráticas, combater a desinformação, discursos de ódio e a crescente desigualdade social. Lula, em seu discurso, aproveitou para analisar o cenário internacional, destacando o avanço preocupante da extrema-direita em várias partes do mundo.
Qual a autocrítica necessária para a sobrevivência da democracia?
Com uma linguagem introspectiva, Lula instigou todos os presentes a refletirem profundamente sobre suas ações em prol da democracia. Indagando sobre o que cada um havia feito pelo sistema democrático recentemente, ele chamou a atenção para a necessidade de organização e mobilização populares. "Se não falamos, não organizamos. E, se não organizamos, a democracia perdeu", advertiu Lula, ressaltando o risco inerente da inação e complacência.
Por que a democracia está cedendo terreno ao extremismo?
Em uma análise crítica de erros passados, Lula questionou as motivações e decisões políticas que podem ter contribuído para o enfraquecimento da democracia. Ele observou que muitos governos, inclusive os de viés progressista, frequentemente cedem às pressões de adversários políticos, negligenciando as expectativas de seus próprios eleitores. "Muitas vezes, a gente governa dando resposta ao que a imprensa publica sobre nós...", refletiu Lula, sublinhando a necessidade de priorizar o engajamento com aqueles que sustentam as bases da democracia, ao invés de responder apenas às críticas.
Como resgatar a essência democrática frente aos desafios atuais?
Lula finalizou seu discurso com uma reflexão estratégica desafiadora: antes de condenar o mérito da ascensão da extrema-direita, é crucial buscar e reconhecer as falhas cometidas pelas democracias no envolvimento com a sociedade civil. Ele insistiu na busca por uma resposta que permita superar as forças antidemocráticas crescentes: "Se a gente encontrar essa resposta, a gente volta a vencer a direita...", concluiu, convidando a todos a participar dessa jornada de autocrítica construtiva e renovação democrática.
Com informações da Agência Brasil