Brasil e Moçambique estabelecem novos caminhos de cooperação internacional. Em um movimento significativo para fortalecer laços e promover o desenvolvimento mútuo, o Brasil assinou nove acordos de cooperação com Moçambique. Estas iniciativas, anunciadas em 24 de novembro, abrangem desde áreas como a educação, saúde e empreendedorismo até a aviação civil e assistência jurídica. Essa estratégia visa não apenas potencializar capacidades institucionais moçambicanas, mas também beneficiar a expansão brasileira no exterior.
Durante a visita oficial à Maputo, capital de Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na promoção das empresas brasileiras além das fronteiras. "Moçambique, um país em desenvolvimento com inúmeras demandas em infraestrutura, pode se beneficiar imensamente da expertise brasileira em áreas como construção de portos e estradas", declarou ao lado do presidente moçambicano, Daniel Chapo.
Quais são os impactos esperados da visita presidencial?
No cenário internacional, resgatar laços com a África se tornou um pilar sob o terceiro mandato de Lula. A visita a Moçambique coincide com as comemorações de 50 anos de relações diplomáticas, um marco que simboliza tempos de renovação e fortalecimento das parcerias bilaterais. Desde que assumiu, Lula clarificou seu compromisso com a reaproximação com países africanos, apostando em uma política externa mais inclusiva e colaborativa.
Como o comércio poderá se beneficiar?
Moçambique desponta como o principal beneficiário de recursos da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) em África. Com um volume de iniciativas expansivas desde 2015, os projetos variam de saúde a formação profissional, consolidando profundas raízes de cooperação. O comércio entre as duas nações, embora modesto, atingiu US$ 40,5 milhões em 2024, refletindo a solidez e potencial de crescimento da parceria.
Um fórum recente destacou a vontade de ambas nações em potencializar comércio e investimentos, explorando agronegócio, indústria e inovação. Esta plataforma proporciona um ambiente fértil para que empresários de ambos os países explorem novas oportunidades de colaboração.
Qual a importância da cooperação educacional e técnica?
Em um gesto de cooperação de longo prazo, o Brasil propõe oferecer em 2026 até 80 vagas para cursos de ciências agrárias e até 400 para agropecuária a profissionais moçambicanos. Este compromisso educacional é reforçado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que proporcionará treinamento especializado a técnicos moçambicanos contribuindo para o desenvolvimento agrícola sustentável.
Lula ressaltou a importância de compartilhar tecnologias adaptadas que permitam modernizar e incrementar a produtividade sem prejudicar o meio ambiente, destacando a contribuição brasileira para a segurança alimentar de Moçambique.
Quais são as perspectivas para a colaboração em segurança e meio ambiente?
Além dos setores econômicos, a segurança e a conservação ambiental são focos da colaboração entre as duas nações. O Brasil ofereceu compartilhar sua experiência em combate ao crime organizado, destacando a expertise da Polícia Federal em rastreamento de ativos ilícitos.
O presidente também abordou a possibilidade de colaborações em transição energética, preservação florestal, e na produção cultural, apostando em uma parceria abrangente e multifacetada. Durante sua estadia, Lula ainda será homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade Pedagógica de Maputo, reafirmando o respeito e a importância dessas iniciativas bilaterais.
Com informações da Agência Brasil
