Emannuelly Almeida
As operadoras de planos de saúde registraram um crescimento expressivo de 271% nos lucros em 2024, impulsionado por reajustes nas mensalidades que superaram a inflação do setor. O aumento significativo nas receitas das principais empresas ocorre em um momento de alta nos custos médicos e pressões sobre o sistema de saúde suplementar.
Por que os lucros dos planos de saúde aumentaram tanto em 2024?
O setor de saúde suplementar tem sido impactado pelo aumento das despesas médicas, mas, ao mesmo tempo, as operadoras conseguiram repassar esses custos aos consumidores por meio de reajustes anuais. Em 2024, os aumentos aplicados às mensalidades superaram a inflação da área da saúde, garantindo margens de lucro recordes para as empresas.
Especialistas apontam que a combinação de reajustes elevados e uma maior eficiência operacional das operadoras ajudou a impulsionar os ganhos. Além disso, a redução no uso de procedimentos médicos não emergenciais pode ter contribuído para a queda de despesas no setor.
Quais operadoras tiveram os maiores aumentos?
Entre as grandes empresas do setor, algumas apresentaram crescimentos ainda mais expressivos nos lucros. A alta dos preços dos planos individuais e empresariais, somada a um cenário econômico desafiador, tem gerado insatisfação entre os consumidores, que enfrentam dificuldades para manter seus planos de saúde.
Nos últimos anos, o setor tem registrado um aumento no número de ações judiciais questionando os reajustes aplicados. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tem monitorado a situação, mas ainda não impôs medidas mais rígidas para conter os aumentos abusivos.
O que esperar para os próximos anos?
O forte crescimento dos lucros das operadoras pode pressionar ainda mais os órgãos reguladores e os consumidores, que buscam alternativas para driblar os altos custos dos planos de saúde. Caso a tendência de reajustes acima da inflação continue, a acessibilidade dos planos pode se tornar um problema ainda maior.
Economistas apontam que, apesar da alta lucratividade, o setor precisa encontrar um equilíbrio entre sustentabilidade financeira e manutenção do acesso dos beneficiários aos serviços de saúde. Se os reajustes continuarem a superar a capacidade de pagamento da população, é possível que mais pessoas fiquem sem cobertura médica privada.
O aumento recorde de 271% nos lucros das operadoras de planos de saúde em 2024 reacende o debate sobre os custos da saúde suplementar no Brasil. Enquanto as empresas justificam os reajustes pela elevação dos custos médicos, os consumidores sentem cada vez mais o impacto no bolso. A regulação do setor e o acompanhamento de possíveis abusos podem ser fundamentais para garantir um mercado mais equilibrado nos próximos anos.
