Sabe aqueles sinais que você nunca deveria ignorar? Pois é, estamos falando do acidente vascular cerebral (AVC), uma condição crítica que pode mudar vidas em questão de minutos. O sorriso torto, a fraqueza súbita em braço ou perna e a dificuldade para falar ou entender palavras são os sinais clássicos desse problema. No Brasil, o AVC ainda figura como uma das principais causas de morte e incapacidade, sendo responsável por 85.427 mortes em 2024, de acordo com os registros de atestados de óbitos. Você está preparado para agir rapidamente?
Embora até mesmo pessoas consideradas saudáveis e crianças possam sofrer um AVC, a maioria dos casos está relacionada a fatores de risco que, acredite, são evitáveis. Estamos falando de hipertensão, tabagismo, diabetes, sedentarismo, colesterol alto, consumo de álcool e drogas ilícitas. Então, como modificar esses fatores e se proteger dessa ameaça silenciosa?
Quais são os principais fatores de risco para o AVC?
Além de pressão alta, outros problemas precisam ser observados de perto. A fibrilação atrial, por exemplo, é uma arritmia que pode formar coágulos e obstruir vasos no cérebro, sendo uma das principais causas do AVC isquêmico. O que fazer? "O uso de anticoagulantes, quando prescrito, pode reduzir expressivamente o risco", diz o Dr. Hugo Doria, neurocirurgião do Hospital Santa Catarina – Paulista.
Já o AVC hemorrágico ocorre devido à ruptura de vasos e pode ser originado por doenças cerebrovasculares silenciosas, como aneurismas e malformações arteriovenosas. "É possível diagnosticar essas lesões precocemente. Assim como um check-up cardiológico, é essencial fazer um check-up neurológico com o neurocirurgião vascular", orienta o Dr. Hugo Doria.
Qual é a importância do atendimento médico imediato no AVC?
Reconhecer o AVC rapidamente é crucial. Como diz o Dr. Doria, "tempo é cérebro". Cada minuto de hesitação pode resultar na perda de milhões de neurônios. Um sorriso torto, fraqueza repentina ou dificuldade na fala são sinais para agir rápido. A recomendação? Acione o SAMU pelo 192 imediatamente. Informe quando os sintomas começaram. Esse detalhe pode definir se terapias como a trombólise, que dissolve coágulos, ainda são uma opção.
Como a prevenção e tratamento imediato podem fazer diferença?
Prevenir é melhor do que remediar, certo? Cerca de 90% dos AVCs poderiam ser evitados com o controle correto da pressão arterial, arritmias e incentivo à atividade física. "Identificar sinais, agir rapidamente e fazer acompanhamento regular transformam o futuro de quem poderia ser uma nova vítima", afirma o neurocirurgião.
No Brasil, apesar de existirem centros de excelência, a desigualdade no acesso ainda é um fato. Muitos chegam tarde ao hospital para tratamentos importantes como trombólise e trombectomia, que precisam ser feitos dentro da "janela terapêutica" ideal.
Como o cérebro pode se reinventar após um AVC?
As sequelas de um AVC nem sempre são definitivas. Com reabilitação adequada, muitas funções podem ser restauradas, o que inclui fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. "Nos primeiros meses após um AVC, o cérebro tem uma incrível capacidade de adaptação", surpreende o Dr. Hugo Doria.
Para mudar a história do paciente, o segredo está no diagnóstico e tratamento rápido das doenças cerebrovasculares, além do compromisso com a reabilitação neurológica. E não esqueça: agir rápido pode fazer toda a diferença.
Por Nadja Cortes
Redação EdiCase