O Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, é uma data crucial para lembrar e conscientizar sobre uma doença que avança de forma silenciosa e preocupante no Brasil e no mundo. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), cerca de 11,1% da população adulta mundial tem diabetes, mas mais de 40% dessas pessoas não sabem disso. Se não tomarmos medidas, até 2050, o número de diagnosticados pode chegar a impressionantes 853 milhões.
Se trouxermos essa realidade para o nosso país, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde estimam cerca de 20 milhões de brasileiros convivendo com a diabetes. Curiosamente, as mulheres são mais afetadas do que os homens, e a prevalência aumenta com a idade e níveis mais baixos de escolaridade. Você sabe o quão silenciosa essa doença pode ser? Vamos entender mais sobre ela a seguir.
O que é o diabetes?
Segundo a Dra. Karine Antunes, endocrinologista, o diabetes é uma condição metabólica crônica que ocorre quando o corpo não pode produzir insulina ou utilizá-la eficazmente, levando ao acúmulo de glicose no sangue. "A insulina é essencial para a glicose entrar nas células. Quando não funciona corretamente, isso causa desequilíbrios sérios no organismo", explica a médica. Isso pode levar a doenças cardiovasculares, cegueira e amputações, tudo isso se desenvolvendo de forma silenciosa.
Como identificar os sintomas do diabetes?
Identificar os sintomas do diabetes pode ser um desafio, mas é essencial para o diagnóstico precoce. Sintomas como sede excessiva, vontade constante de urinar, cansaço, fome extrema e perda de peso inexplicada devem soar como um alerta. "Até mesmo sintomas mais discretos, como visão embaçada e formigamento, não devem ser ignorados", reforça a Dra. Karine Antunes. A detecção precoce é vital para o tratamento eficaz.
Quais são os tipos de diabetes?
Existem vários tipos de diabetes, sendo os mais comuns o tipo 1 e tipo 2. O tipo 1 geralmente manifesto na infância ou adolescência, ocorre quando o organismo ataca as células produtoras de insulina. Já o tipo 2 está relacionado a fatores de estilo de vida, sendo mais comum em adultos, mas também crescente entre jovens. A alimentação equilibrada e atividade física são fundamentais para o controle, principalmente para o tipo 2, que tem crescido com o aumento do sobrepeso entre jovens. Não podemos esquecer do diabetes gestacional, que surge na gravidez e pode desaparecer após o parto, mas aumenta o risco de diabetes tipo 2 no futuro.
É possível reverter o pré-diabetes?
O pré-diabetes é uma fase em que a reversão ainda é possível. "Nesse estágio, o açúcar no sangue está alto, mas ainda não é considerado diabetes. Com mudanças simples no estilo de vida, como dieta balanceada e exercício físico, é possível normalizar a glicemia", diz a Dra. Karine Antunes. Diagnosticar cedo é crucial para mudar o rumo da saúde.
Qual é a influência da genética no diabetes?
A genética pode aumentar a predisposição ao diabetes, mas o estilo de vida é o principal fator para o desenvolvimento. "Se seus pais ou irmãos têm diabetes, seu risco é maior, mas uma vida saudável pode prevenir o surgimento da doença", enfatiza a Dra. Karine Antunes.
Portanto, na maioria dos casos, é o comportamento e o cuidado diário que determinam o risco e a gravidade. Para o tipo 1, com forte influência genética, ainda não há formas de prevenção, mas no tipo 2 o estilo de vida pesa muito mais.
Como é feito o tratamento do diabetes?
Embora não haja cura para o diabetes, o controle da condição é viável, como esclarece a Dra. Karine Antunes. O tratamento envolve uma combinação de alimentação saudável, exercício regular e acompanhamento médico. "Com controle adequado, pessoas com diabetes podem ter uma vida plena e prolongada", afirma a especialista. Além disso, novos medicamentos têm sido desenvolvidos, oferecendo proteção cardiovascular e controle de peso, mas o essencial continua sendo o cuidado diário com a saúde.
Por Paula de Paula
Redação EdiCase