Em meio a um cenário global desafiador, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda anunciou uma leve redução na projeção da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A previsão para este ano passou de 4,9% para 4,8%, conforme divulgado no recente Boletim Macrofiscal. Esse ajuste reflete mudanças na economia mundial, especialmente relacionadas ao aumento nas tarifas comerciais.
O que está por trás dessas mudanças? O excesso de oferta de bens no cenário internacional e, em particular, as tarifas aplicadas pelo governo Trump são fatores cruciais. Além disso, há uma influência significativa dos efeitos positivos do real mais forte e da redução dos preços no atacado agropecuário e industrial.
Por que a inflação ainda está acima da meta?
Mesmo com a nova projeção, o IPCA permanece acima do teto da meta de 3%, estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O intervalo de tolerância permite uma inflação entre 1,5% e 4,5%. No entanto, a manutenção das tarifas de energia na bandeira amarela para dezembro mantém a expectativa em 4,8%.
O que esperar da inflação nos próximos anos?
Para 2026, o IPCA deve cair para 3,6%, com expectativas de convergência ao centro da meta até 2027. Essa previsão sinaliza uma possível estabilização no comportamento dos preços, o que pode trazer mais previsibilidade para a economia.
Quais outros índices de inflação foram revisados?
A SPE ajustou também as perspectivas de outros indicadores importantes. Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), a variação se manteve em 4,7%. No caso do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), houve um decréscimo significativo de 4,6% para 2,6%, evidenciando a suscetibilidade deste índice às oscilações cambiais.
Como está o crescimento da economia brasileira?
A estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 foi revisada de 2,5% para 2,3%, resultado de um crescimento mais lento do que o esperado no segundo trimestre. A política monetária restritiva, com taxas de juros básicas na casa dos 15% ao ano, tem levado à desaceleração do crédito, impactando diretamente a economia.
A atividade econômica desacelerou, com o crescimento trimestral caindo de 1,3% para 0,4%. A produção industrial e o setor de serviços, tradicionalmente motores da economia, também enfrentaram desafios e registraram quedas.
O que está acontecendo na indústria e no agronegócio?
No âmbito industrial, a previsão de crescimento foi ajustada de 2% para 1,4%, enquanto os serviços permaneceram em 2,1%. Já o PIB agropecuário apresentou uma projeção positiva, subindo para 8,3%, impulsionada pela produção de milho, algodão e o abate de bovinos. Esses setores mostram resiliência, mesmo diante das tarifas adicionais impostas pelos EUA.
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Com informações da Agência Brasil