Você sabia que, desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, 252 jornalistas palestinos perderam suas vidas? Segundo dados atualizados pelo Sindicato dos Jornalistas da Palestina, esse é o maior massacre de profissionais da imprensa em conflitos armados na história. O sindicato divulgou essas informações durante uma reunião online com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Embaixada da Palestina no Brasil.
Somente no mês passado, o Hospital Nasser em Gaza foi alvo de bombardeios, resultando em 15 vítimas fatais, quatro delas jornalistas. Episódios como este chamam a atenção do mundo para uma situação alarmante, levando muitas pessoas a questionarem: o que está acontecendo de fato na Faixa de Gaza?
O que realmente está acontecendo em Gaza?
Desde o atentado em outubro de 2023, quando o grupo islâmico Hamas atacou vilas israelenses, resultando em 1,2 mil mortes e 220 reféns, a Faixa de Gaza tem sido cenário de intensos conflitos. Em retaliação, Israel iniciou uma série de bombardeios que, até agora, causaram a morte de mais de 60 mil pessoas e destruíram infraestrutura essencial, como hospitais e escolas. Além disso, as fronteiras foram bloqueadas, dificultando a entrada de alimentos e medicamentos, agravando a crise humanitária.
Como estão os jornalistas em Gaza?
A vida dos jornalistas em Gaza é marcada por dificuldades extremas. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Palestinos, 647 residências de jornalistas foram destruídas, forçando muitos a viverem em tendas junto de suas famílias. Em meio a um ambiente hostil, eles persistem em seu trabalho, mesmo sob intensos bombardeios.
Tahseen Al-Atsall, vice-presidente do sindicato, ressalta que todos os jornalistas foram expulsos de suas casas. Samir Khalifa, um dos jornalistas que trabalham sob condições adversas, relata que é quase impossível transmitir a realidade gazaense, já que aviões israelenses sobrevoam incessantemente a região.
Por que jornalistas foram proibidos de entrar na Faixa de Gaza?
Desde o início da ocupação em 2023, cerca de 3,4 mil jornalistas, entre eles 820 americanos, foram proibidos de ingressar em Gaza. Esta medida viola a Resolução 2222 do Conselho de Segurança da ONU, que garante proteção aos jornalistas em áreas de conflito, além de seu livre acesso. Tahseen Al-Atsall argumenta que a intenção é esconder os crimes de guerra ocorridos na região.

Como é a situação para jornalistas em outras regiões da Palestina?
Na Cisjordânia e em Jerusalém, a situação não é diferente. Segundo o sindicato, mais de 2 mil agressões contra jornalistas foram relatadas. Milhares de barreiras militares israelenses impedem a livre circulação, transformando a região em uma "grande prisão cercada", como descreveu Naser Abu Baker, presidente do sindicato.
Como o mundo está respondendo a essa situação?
A presidenta da Fenaj, Samira de Castro, sugere uma paralisação global em solidariedade aos colegas palestinos. O objetivo é chamar a atenção internacional para essa crise. Em um momento visto como histórico, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, defendeu a livre circulação de informações sobre os eventos em Gaza.
Esses relatos ressaltam a resiliência e a coragem dos jornalistas palestinos, que continuam a contar as histórias da Faixa de Gaza, mesmo diante das piores adversidades. Esses episódios evidenciam a importância vital de garantir a liberdade de imprensa e a segurança dos profissionais que se arriscam para relatar a verdade dos conflitos que afetam milhares de vidas.
Com informações da Agência Brasil